Meteoro sobre os Urais, na Rússia. (Fonte: youtube.com.) |
Posto isso, o que sabemos com certeza? Bem, o corpo em questão é rochoso, com cerca de 10% de ferro, segundo evidências coletadas por cientistas da Universidade Federal dos Urais em 53 fragmentos recuperados num lago gelado da região.
Sabemos também que, segundo estimativas da NASA, a explosão liberou cerca de 500 quilotons de energia, algo 33 vezes maior que o liberado pela bomba nuclear lançada sobre Hiroshima em 1945, durante a II Guerra Mundial. Além disso, o estudo da "bola de fogo" que surgiu no céu quando da explosão mostrou que o corpo teria um diâmetro aproximado de 17m ao entrar em nossa atmosfera.
Segundo informações divulgadas por agências governamentais russas, a onda de choque gerada a 10 000 metros de altitude danificou mais de 4 700 edifícios e feriu mais de 1 000 pessoas, principalmente com estilhaços de vidro das janelas, gerando um prejuízo da ordem de 33,2 milhões de dólares.
Enquanto isso, pela internet...
É claro que já surgiram numerosos vídeos tratando deste assunto, com grandes doses de mentiras e sensacionalismo. Por exemplo, um vídeo garimpado no Youtube afirma que as forças armadas russas, ao perceber o corpo celeste, o teria atingido com um míssil para fragmentá-lo! Bem, não há fontes oficiais e/ou sérias que confirmem tal "informação".Há também um youtuber que clama para si a primasia de exibir a cratera produzida pela queda. Há um porém: a imagem exibida não apresenta as características de uma cratera de impacto, embora seja impressionante, interessante e gigante!
A "Porta do Inferno", no Turcomenistão. (Fonte: youtube.com.) |
Houve também a divulgação (UOL, por exemplo) de que o corpo teria cruzado os céus brasileiros antes de atingir seu destino. Porém, a análise das imagens dadas como evidência não apresentam as características de um meteoro, conforme destacou um grupo de meteorologistas do sul do Brasil. O laboratório da UFAL que havia divulgado a informação reconheceu o erro.
E a cratera verdadeira?
A cratera produzida por "nosso" astro foi encontrada num lago congelado e apresenta por volta de 8m de diâmetro. Os cientistas que a encontraram acreditam que será possível recuperar o que sobrou da explosão – o meteorito – no fundo do lago.Cratera produzida pelo meteoro no lago Chebarkul. (Fonte: Ministério do Interior da Rússia.) |
Antes deste, o maior caso registrado aconteceu em 1908, na Sibéria, quando um meteoro explodiu sobre a região de Tunguska provocando a queda de cerca de 80 milhões de árvores, com uma energia liberada da ordem de 10 megatons.
Árvores derrubadas em Tunguska, Sibéria, após a explosão de um meteoro em 1908. (Fonte: NASA.) |
Ah! E lembre sempre:
- Meteoro: fenômeno luminoso no céu, consequência da incineração de um corpo celeste que penetra nossa atmosfera.
- Meteorito: fragmento de um corpo celeste que atinge a superfície do planeta após cruzar a atmosfera.