Abelha jataí - Tetragonisca angustula (fonte: Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro - AME-RIO.) |
Porém, qual é o motivo do destaque dado a essa pesquisa? Para compreender, lembremos alguns detalhes sobre a organização social desses animais.
A sociedade das abelhas
Abelhas e outros insetos do grupo dos Himenópteros, salvo algumas exceções, apresentam uma complexa organização social baseada em castas. Em outras palavras, há uma rígida divisão de tarefas entre os membros de um grupo, sendo os integrantes de cada casta responsáveis por uma determinada atividade.Pois bem, numa sociedade de abelhas, o integrante da colmeia pode ser uma operária, um zangão ou uma rainha. Esta última é responsável por manter a união da colmeia, bem como efetuar a reprodução para a perpetuação da espécie e de sua linhagem. Zangões são machos reprodutores, cuja única função é fertilizar a rainha, morrendo logo após esse processo. O grupo mais numeroso é o das operárias, fêmeas que desempenham as mais diferentes funções para o funcionamento da colmeia, como limpeza, alimentação, coleta de pólen e néctar, cuidado com as larvas, e defesa do grupo. Uma operária responsável pela guarda da colmeia, oferecendo o primeiro combate na eventualidade de uma ameaça, normalmente fica nessa função por cerca de 24 horas, sendo posteriormente designada para outras tarefas.
As inusitadas abelhas jataí
Jataís são abelhas sem ferrão bem pequeninas, muito comuns no interior de São Paulo, responsáveis pela produção de um mel muito apreciado. Foram elas que chamaram a atenção de biólogos de todo o mundo.A organização social das jataís da espécie Tetragonisca angustula é bem semelhante àquela apresentada por outras espécies de abelhas. Com uma diferença importante, porém: a existência de soldados. Tal condição só era conhecida entre formigas e cupins, nunca tendo sido observada entre abelhas.
Tentemos deixar mais claro! Soldado é um indivíduo morfologicamente distinto dos demais, cuja única função é a guarda da colônia, desempenhando esse papel por toda a sua vida, durante um tempo que chega a três semanas. No caso das abelhas estudadas pelos pesquisadores, os soldados são maiores que as operárias, oferecendo dois níveis de defesa: um primeiro combate, cuja responsabilidade é dos soldados que ficam voando próximo à colmeia, e o segundo nível de defesa, desempenhado por soldados que permanecem pousados ao redor da entrada.
Estas são as conclusões a que chegaram os pesquisadores, publicadas num artigo do periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS):
- os soldados das abelhas jataís são 30% maiores que as operárias;
- apresentam uma morfologia diferente das operárias, com pernas desproporcionalmente maiores e cabeças menores;
- cerca de 1% das abelhas de uma colônia são soldados;
- os soldados permanecem na entrada do ninho e também sobrevoando o mesmo, oferecendo um primeiro combate a eventuais ameaças.
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