quarta-feira, 10 de novembro de 2010

E a faixa de Júpiter?

Júpiter, o maior planeta do sistema solar, é um gigante gasoso que impressiona pelos seus números. Com massa igual a 1,9 × 1027kg (quase 320 vezes maior que a da Terra) e raio igual a 71 492km (11 vezes maior que o da Terra), apresenta 63 satélites conhecidos ao seu redor, quatro dos quais visíveis através de lunetas simples em noites sem Lua e sem nuvens.

Júpiter em julho de 2009.
Sua atmosfera apresenta uma alternância bem característica de faixas claras e escuras, além de alguns turbilhões, o maior dos quais é a grande mancha vermelha no hemisfério sul.

As faixas claras, denominadas zonas, são constituídas por nuvens de grande altitude, compostas principalmente por cristais de gelo de amônia. As faixas escuras, por outro lado, são denominadas cintas e apresentam nuvens de baixa altitude constituídas principalmente por compostos de enxofre e fósforo.

Essas faixas e turbilhões apresentam fenômenos meteorológicos severos em comparação com aqueles da Terra, com ventos de cerca de 560km/h. Consequentemente, a configuração e a composição química atmosféricas são bastante dinâmicas, mudando ao longo do tempo. Isso aconteceu, por exemplo, na última passagem do planeta por trás do Sol, em relação a nós.

Júpiter em maio de 2010.
A primeira cinta escura do hemisfério sul simplesmente desapareceu, dando lugar a uma faixa mais clara. Ora, temos aí algo que se parece com uma alteração da composição química dessa região, esperada por causa dos movimentos de circulação atmosférica. E é claro que, se houve alteração da composição química, espera-se que tenham ocorrido também mudanças na densidade do local. Muito provavelmente, camadas de nuvens de cristais de amônia ocuparam essa região do planeta, impedindo, assim, a visualização das nuvens escuras mais baixas.

Muito bem… Na prova do primeiro dia do ENEM 2010 apresentou-se uma questão em que se solicitava a explicação para tal fenômeno.


Notem como não há uma alternativa que explique o fato da melhor forma. Em princípio, houve uma redistribuição das nuvens. Porém, se nos preocuparmos em escolher uma explicação dentre as apresentadas, duas são plausíveis: D e E. Mas seria interessante destacar que não houve alteração da composição química ou da densidade das nuvens, mas da região.

Enfim, uma explicação definitiva para esse fenômeno só será possível após estudos mais aprofundados sobre a atmosfera joviana, possíveis após a análise dos dados enviados por atuais e futuras sondas que passem pelo planeta.

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